27.8.06

Cabin Fever...

O escondido segredo que aguarda julgamento.
Febre! Febre de fruta fresca. Legumes frescos e hortaliça de verão.
Café amalgamado e torradas de berbequim.
O pequeno almoço começa logo pela manhã com uma boa dose de Vitamina C fornecida pelo limoeiro da vizinha.
Um cigarro é indispensável para o resto funcionar.
Sozinho!
A cozinha é agora um espaço para divagar. No cantinho mais reservado guardo todas aquelas revistas que me fazem sorrir.
Sorrio!
Com um bater de ovos instalo-me na sala... computador, internet, persianas por correr... o normal!

Ligo a televisão e apanho um filme a meio. A meio da Mulher morrer. Mas afinal... era um homem... vestido de mulher. Estranho!
Acendo mais um!
Martelo umas teclas que me levam a casa de uma família que acaba de “mocambear” o seu petit dejeuné.
Que sorriso tão preto... foi o café? Porra!
Acendo mais outro!
Com este já tenho dois no canto da boca...
Sorriso preto? Mas que estória é essa do sorriso preto?

...Lost connection...

...ZAPPING...

estagnei no 14. Musicas de Angola, e pérolas de Cabo Verde.
Oh sinhá di bandeira... num faz eu sofrê, inha vé pra tu!
É agora... Salto e abano-me todo... compassos desajeitados ao som de guitarras preguiçosas. Crioulo que já ninguém fala.
Acendo mais outro... este já tem um lugar reservado no nariz...
Lado direito.

3. é o numero que ninguém fez...
genuíno...

...como tu. Amigo!
Amigo de cetim. Amigo de amigas. Amigas de dentes afiados.
Querem-me dissecar. Toda a gente me quer ver olheirento.
Deitado numa frigideira. À espera do Azeite rançoso.

...em nome do pai, do filho, e do fantasma glorificado. Ámen!
Condeno-te a viveres para sempre aí. À espera do momento certo para atacares. A tua nova casa não tem um pequeno almoço que te espere... nem uma cozinha com revistas fantásticas... nem muito menos uma sala com sofá e apara copos.

- Pois não, à muito tempo que não. Vens agora armado em conhecedor de todas as espécies comunicar-me p'rá lacuna de espaço...

O meu espaço está aqui. Amigo!
Dentro desta cabine enumerada. 14357EK.
Cabine desaparafusada de um edifício que não existe.
Desaparafusada de ti.

Amigo... Pedro, a ti te refiro e mostro aquilo que não sentes quando sais de casa para apanhar o comboio das 7.
Aquilo que sentes quando não olhas nos olhos de quem abre discurso contigo.
Aquilo que, infelizmente, te esqueceste no ventre da tua mãe.

Pedro...
Conquista-te por favor... cala esta minha voz que está farta de chamar por ti.
Farta de beber por ti...

Farta de matar por ti...

Cala-me!!

Amén!